Com o vai e vem da pandemia, a NRF 2021 trouxe, além da transformação digital, a preocupação com os impactos sociais que envolviam os colaboradores e a comunidade. Para 2022, a expectativa não será diferente, uma vez que percebemos a cada dia o avanço e acesso dos produtos da agricultura familiar na mesa do consumidor brasileiro.
Este avanço está previsto nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), elaborado pela Organização das Nações Unidas em 2012 com o intuito de acabar com a pobreza, proteger o planeta e assegurar que todas as pessoas tenham paz e prosperidade.
Esse esforço da ONU ganhou apoio das esferas federais, estaduais e municipais e entidades como SEBRAE, EMATER, FAEMG/SENAR e tantas outras para apoiar o acesso ao mercado desses produtores. Os primeiros resultados apontam para o amadurecimento, fortalecendo a estratégia de rede e o associativismo, para ajustar produtos às exigências e ao mercado privado, como os serviços para atender, transportar, armazenar e comercializar os produtos.
Um destaque nesta história foi a rede Carrefour, do Distrito Federal, que reservou uma gôndola exclusiva em suas lojas aos produtos de cooperativas da agricultura familiar. Esse esforço retrata a importância de trabalhar as comunidades nos supermercados, abrindo espaço para os produtores locais.
Entre as categorias que estão ganhando espaço, destaque para o mel, queijos, cachaça, café, doces e geleias, biscoitos, polpa de frutas, temperos, farinha de mandioca e tantos outros, como os FLV.
Para 2022, a expectativa é que diversos supermercados abram espaço para esses produtos, uma vez que além de potencializar a cultura local promovem melhorias no impacto social – entre 30 e 40% do valor da venda irão para a família do produtor rural -, fortalecendo a cadeia de fornecedores locais, como já é visto no caso da rede norte- americana Whole Foods, com o seu programa LOCAL. Para isso, é preciso rever o layout de loja e planograma, reforçando uma tática que vem ganhando expressão no setor, como a exposição store in store.
Se você, supermercadista, está elaborando seu planejamento estratégico e pretende atrair jovens consumidores, comece a contar sua história neste livro. Esses consumidores estão cada vez mais voltados para produtos que possuem, além de apelos funcionais, nutritivos e saudáveis, o impacto social e ambiental.
Neste ponto, a agricultura familiar se destaca por possuir, além de uma história única, o fortalecimento de milhares de agricultores familiares em todo o Brasil. Para ajudá-lo nessa “jornada de transformação social”, apresentamos algumas dicas para que você inicie um projeto de transformação social em seu supermercado:
defina uma gôndola/espaço próximo ao setor de hortifrúti;
demarque um espaço inicial entre 1 e 2 metros de área de venda;
defina uma métrica; por exemplo, de cerca de 5 mil reais por m2;
selecione os produtos que possuam em suas embalagens o selo da agricultura familiar e identifique o espaço;
dedique um espaço extra nos encartes para promover os produtos e contar suas histórias. Aproveite para abusar de ferramentas digitais, como QR CODE para comunicar as imagens e história dos produtores e do processo fabril, para transmitir confiança e a garantia de origem;
convide os produtores para passarem uma manhã na loja, com o intuito de conhecer e conversar com os clientes; e
grave vídeos curtos e divulgue em suas redes sociais.
Essas ações irão contribuir para agilizar a divulgação da sua estratégia social, promover o censo de propósito e agilizar os resultados, principalmente o de atrair novos clientes e contribuir com a margem de lucro. A ONU estabeleceu que o período 2019-2028 seja declarado como a “Década da Agricultura Familiar”, provocando governos e empresas e se engajarem.
E você, o que está fazendo para se engajar neste movimento?
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